Conheça a lenda macabra que inspirou ‘Hereditário’

Toni Collette em Hereditário (Foto: Reprodução)
Toni Collette em Hereditário (Foto: Reprodução)

‘Hereditário’ já se consagrou como um dos filmes de terror mais aclamados da atualidade e isso não é novidade para ninguém. O longa-metragem, assim como muitos filmes do gênero, chega com a temática sombria e uma trama misteriosa, que se desenrola com reviravoltas, mas se destaca por um detalhe: a inspiração em uma assustadora lenda medieval.

Em resumo, a série apresenta a seguinte sinopse: “Após a morte da mãe, Annie e sua família descobrem o terrível legado que ela deixou e precisam enfrentar forças malignas”. Com destaque para a atuação de Toni Collette (Inacreditável), o elenco ainda conta com Milly Shapiro (Dragula), Gabriel Byrne (Os Suspeitos) e Alex Wolff (Jumanji: Bem-vindos à Selva).

Apesar de deixar boa parte da história subentendida, ‘Hereditário’ deixa claro que a protagonista está lidando com um demônio, apresentando eventos sobrenaturais desde as primeiras cenas. O filme tem início com a morte de Ellen, mãe da protagonista, Annie. É a partir desse acontecimento que os eventos sombrios passam a se manifestar.

No desenrolar, a personagem principal acaba fazendo a descoberta de que, na verdade, a mãe era líder de uma seita religiosa e buscava invocar uma entidade: o demônio Paimon. Ao final, o ser demoníaco encontra em Peter, filho mais velho de Annie, o hospedeiro perfeito.

Contudo, o filme acaba deixando algumas lacunas e a curiosidade no público para sabe3r mais sobre a seita, os rituais e o demônio. Portanto, vale conferir a lenda na qual o filme foi inspirado. Paimon não foi um ser exclusivamente citado em ‘Hereditário’. Outras produções já fizeram uso do demônio, como ‘Genshin Impact’, o anime ‘Magi: The Labyrinth of Magic’ e a websérie ‘Helluva Boss’.

O espírito demoníaco Paimon (Paymon ou Rei Paimon) faz aparição nos mais famosos grimórios medievais, como ‘A Chave Menor de Salomão’ (na parte Ars Goetia), a ‘Pseudomonarchia Daemonum e o ‘Dictionnaire Infernal’. Conforme a obra, o demônio sofre variações em sua hierarquia. Enquanto na Ars Goetia, Paimon é o nono espírito, na Pseudomonarchia Daemonum e no Dictionnaire Infernal o ser é a vigésima segunda entidade.

De toda forma, os grimórios informam que o Rei Paimon surge sozinho, e para que seja invocado, é necessário que o feiticeiro faça um sacrifício para Lebal – conhecido como o anjo mais devoto a Lucifer – e Abalam, outro Rei que serve sobre a liderança de Paimon. Para completar, Paimon é descrito como o líder de 200 legiões de espíritos, incluindo anjos caído e Potestades.

Além disso, algo que não difere em nenhuma das fontes é a aparência do ser demoníaco: um homem que cavalga em um dromedário, cuja aparição é sempre precedida por música alta, com trompetes e címbalos. A entidade é masculina – o que explica a busca por um hospedeiro homem em ‘Hereditário’. A música que toca quando Paimon surge pode ser ouvida ao final do longa-metragem, quando Peter é coroado como Paimon.

Descrito pela Ars Goetia como um ser que tem “conhecimento sobre todas as coisas secretas da Terra, incluindo a linguagem das águas e dos ventos”, outros grimórios também mencionam que o demônio “oferece riquezas e tesouros escondidos para quem o invoca”.

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