‘Santa Rita de Sampa’: Rita Lee foi ativista engajada na causa animal

Rita Lee (Foto: Reprodução)
Rita Lee (Foto: Reprodução)

Nesta terça-feira (9), o mundo da música brasileira perdeu uma de suas maiores personalidades. A notícia do falecimento de Rita Lee, a icônica cantora e compositora que conquistou o coração do público com sua irreverência e talento, abalou seus fãs e admiradores em todo o país.

Aos 75 anos, a paulistana deixa um legado indelével na história da música, como uma das artistas mais importantes e influentes do rock brasileiro. Além disso, a artista era reconhecida por sua luta em defesa dos direitos dos animais, uma causa que sempre foi muito importante em sua vida.

Diagnosticada com câncer no pulmão em 2021, Rita Lee travou uma batalha corajosa contra a doença. No entanto, as complicações da enfermidade acabaram por interromper sua jornada terrena, deixando sua legião de fãs desolada.

Casada com o músico Roberto de Carvalho, a cantora deixa três filhos – Beto, Antônio e João – e um legado que influenciou gerações de artistas e amantes da música. Além de sua inegável habilidade como cantora e compositora, Rita Lee também se aventurou como atriz, apresentadora, escritora e nutriu o sonho de se tornar veterinária, fruto de seu amor pelos animais. Sua partida deixa um vazio imensurável na cultura brasileira.

Rita Lee e a causa animal

Rita Lee ficou conhecida como a “rainha do rock nacional”, mas seu legado vai muito além da música. Ela foi uma verdadeira pioneira na defesa dos direitos dos animais, tema que sempre esteve presente em suas letras e atitudes.

Em sua casa, Rita chegou a ter uma jaguatirica como animal de estimação, depois de resgatá-la de uma loja onde sofria maus-tratos. Além disso, ela participou ativamente do resgate de uma ursa, que acabou inspirando seu livro “Amiga Ursa”. A cantora também protestou, junto a Chico Cesar, contra a prática de rodeios e vaquejadas na música “Odeio Rodeio”, onde deixou claro seu repúdio à crueldade animal: “Me tira a calma / Me fere a alma / Me corta o coração / Se é luxo ou é lixo / Quem sabe é o bicho / Que sofre o esporão”.

Em suas canções, ela incorporou a figura dos animais como símbolos de liberdade, rebelião e amor. Para Rita, os animais eram seres sencientes e merecedores de respeito e proteção. Ela lutou contra a crueldade animal, denunciando as práticas de maus-tratos e abate em suas letras, e apoiou diversas causas em defesa dos bichos. Sua relação com a fauna brasileira foi tão intensa que, em 2000, ela chegou a lançar um disco intitulado ‘Santa Rita de Sampa’, e se descrevia como ‘A Protetora dos Animais Abatidos”.


Rita era uma compositora talentosa e apaixonada por música, mas também tinha um amor incondicional pelos animais. Ela tinha uma verdadeira coleção de canções com animais, como “Galo-Galã”, “Tataratlantes” e “Loco-Motivas”. Na música “Xuxuzinho”, ela se refere ao “gato no mundo cão”, e em outras, soltava tigres e leões, e saudava gatos de subúrbio.

Em “Eu e Meu Gato”, Rita canta sobre a importância de seu companheiro felino em sua vida e como ela o levaria ‘apenas o retrato do seu gato’, quando ‘batesse as asas’. Em uma entrevista à revista Quem, ela expressou seu desejo de que o paraíso fosse um lugar onde os animais fossem livres e felizes. Com certeza, agora ela está se reunindo com seus amados animais de estimação, que ela um dia teve que dizer adeus.

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