Morre Gal Costa, ícone da MPB, aos 77 anos

Gal Costa (Foto: Reprodução)
Gal Costa (Foto: Reprodução)

Nesta quarta-feira, 9 de novembro, o Brasil perdeu um dos maiores nomes da história da música brasileira. Gal Costa morreu, aos 77 anos, deixando os palcos para sempre. A assessoria de imprensa da artista confirmou a informação que entristeceu o país e os fãs da música popular brasileira. Apesar dos rumores de que Gal teria sofrido um infarto fulminante, a informação não foi confirmada pela assessoria.

De acordo com o comunicado emitido, a verdadeira causa da morte de Gal Costa não será divulgada. “É com pesar que confirmamos o falecimento da cantora Gal Costa, na manhã desta quarta-feira, 09, em São Paulo. Informações sobre o velório e sepultamento serão divulgadas posteriormente. Agradecemos o carinho de todos neste momento tão difícil”, diz a nota.

A artista marcou gerações e se consagrou como uma das maiores artistas, não apenas do seu tempo, como também da MPB. Desde meados dos anos 60, quando surgiu no cenário musical, apresentou um talento inigualável. Junto aos baianos Gilberto Gil, Caetano Veloso e Maria Bethânia. integrou o grupo “Doces Bárbaros”, que produziu nos anos 70 um disco que marcou a década.

Além disso, Gal marcou o público imprimindo sua voz em canções como “Baby”, “Meu nome é Gal” e “Chuva de Prata”, que são hinos do cenário musical brasileiro. Como uma figura imortal da cultura brasileira, o “adeus” a Gal Costa é quase simbólico e difícil de se dar.

“Nenhuma Dor” foi um dos trabalhos mais recentes da cantora, que revisita os grandes hits da carreira, ao lado dos novos nomes da MPB, como Silva, Tim Bernardes e Zé Ibarra.

Nos últimos dias, Gal havia dado uma pequena pausa na carreira para enfrentar uma cirurgia, que consistia em remover um nódulo da fossa nasal. Vale ressaltar que a artista era um dos principais nomes do festival de música “Primavera Sound”, em São Paulo, mas teve a participação cancelada para uma melhor recuperação após o procedimento cirúrgico, que a manteria longe dos palcos até o fim de novembro.

Recentemente, a cantora havia chamado atenção após declarar apoio ao candidato a presidência Lula (PT), que acabou ganhando as eleições, durante o Coala Festival. Pouco tempo após o festival, Gal Costa realizou a cirurgia. E a artista ainda tinha planos para o futuro: a turnê “As Várias Pontas de Uma Estrela” estava em preparação e já contava com apresentações agendadas para dezembro e janeiro.

Talvez a definição de Tom Zé, no Programa Ensaio, da TV Cultura, em 1970, sobre Gal Costa, mereça ser trazida de volta: “Sabe uma faca me rasgando, um mundo se acabando, num sei. Gal Costa cantora, Gal Costa mulher, a mulher terrível, a mulher linda, a noiva, a morta, a viúva, a maravilha: é muito difícil falar essas coisas, eu não sei. A Gal Costa sempre me trata com choques elétricos, e eu chego pra ver ela e me arrebato por ela, me arrebento por ela e me desarrumo por ela, não sei, é sempre surpreendente, eu nunca sei o que vai acontecer, e cada vez é como se a vida tivesse se partindo, se começando, se acabando… Gal Costa é muito maravilhosa“.

Hoje o Brasil se despede de uma das vozes mais emblemáticas da música brasileira: o nome dela é Gal.

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