A série ‘Dahmer: Um Canibal Americano’, produzida pela Netflix, fez muito sucesso ao contar a história do serial killer Jeffrey Dahmer, mas também gerou muitas controvérsias. Pelo fato de estar sendo retratada uma história real e com vítimas reais, o cuidado para não criar empatia pela imagem do assassino e torná-lo mais um símbolo da cultura pop – como tantos outros – precisou ser tomado.
Em entrevista à Variety, Stephanie Filo, uma das produtoras do projeto, revelou que algumas cenas da série sofreram alteração. Um desses momentos seria a cena em que Dahmer volta do exército para a casa dos pais, durante o Natal – para evitar identificação e empatia por parte do público, a cena foi encurtada e exibe eventos para contextualizar os crimes cometidos pelo serial killer.
“Essa intercalação de ver as coisas estranhas que ele já fez, ajudou a dar contexto às coisas horríveis que estavam acontecendo, em vez de ter um cara apenas saindo com seus pais”, explica.
No oitavo episódio, Stephanie Filo relata que sentiu a responsabilidade de ser respeitosa com os envolvidos e suas famílias, ao mostrar as declarações do impacto causados nos próprios sendo lidas em cena. “Abordei as declarações em relação às vítimas no momento certo. Foi por isso que a série teve muitos cortes.”, completou a produtora.
‘Dahmer’ sofreu duras críticas de familiares das vítimas
Mesmo com os cuidados relatados, é importante lembrar que familiares das vítimas chegaram a se manifestar contra a série – inclusive, pela reprodução de uma cena forte no tribunal, onde uma familiar de uma vítima se revolta contra Dahmer.
Além disso, a mãe de Tony Hughes – uma das 17 vítimas de Dahmer -, Shirley Hughes, criticou a vitória de Evan Peters – que interpretou o assassino -, no Globo de Ouro, segundo o NME.
“Há muitas pessoas doentes ao redor do mundo. As pessoas que ganham papéis de atuação de assassinos mantêm uma obsessão”, argumentou ela, durante entrevista ao TMZ. “Isso faz com que as pessoas doentes prosperem com a fama.”